A Polícia Civil de Alagoas confirmou que o jovem responsável pelo assassinato de Flávia dos Santos Carneiro, sua própria sogra, admitiu ter "conflitos constantes" com a vítima devido à rejeição ao relacionamento dele com sua filha, uma adolescente de 13 anos que também participou do crime. O homem revelou que sua companheira o ajudou a cometer o assassinato, segurando os braços e pernas da vítima, além de entregar-lhe a faca utilizada no crime.

Durante o interrogatório, logo após a prisão, o genro revelou que decidiu assassinar a sogra após uma nova briga entre os dois, quando ela o flagrou dentro de sua própria casa na noite de 1º de março. Antes desse último desentendimento, Flávia já havia expressado sua recusa em ter o jovem presente em sua residência. O delegado Thiago Prado relatou: "Ele alegou que tinha conflitos constantes com a vítima, mãe de sua namorada, e inclusive, no período de Carnaval, houve uma briga entre eles e chegou a destruir toda a residência. Quando a mulher disse que não queria mais vê-lo dentro de sua própria casa. Então, na sexta-feira, 1º de março, acreditando que a vítima ia chegar em casa, também no Jacintinho, o jovem foi até o local. Porém, a mulher retornou mais cedo, às 20h, e se deparou com o agressor dentro da residência".

Nesse momento, eles entraram em conflito, e o genro e a filha decidiram assassinar a senhora Flávia dos Santos Carneiro. Ele disse que contou com a ajuda da namorada, que segurou os braços e pernas da mãe, enquanto ele aplicava um golpe de mata-leão. De acordo com o relato do interrogado, a jovem pegou uma faca e a entregou a ele, momento em que ele começou a golpear a vítima. Foram identificados aproximadamente 20 golpes de faca no crânio, pescoço e tórax, o que foi suficiente para causar a morte de Flávia.

O delegado destacou que os depoimentos do casal apresentaram contradições e que o homem alegou legítima defesa para justificar o crime bárbaro. "Há algumas contradições, uma vez que ele tenta uma tese de legítima defesa, o que parece ser uma história ensaiada entre eles para explicar a barbárie, que não se justifica. Isso extrapola muito uma eventual legítima defesa. Ouvindo diversos familiares e outras pessoas, nenhum deles apontou histórico de agressividade por parte da vítima, pelo contrário, sempre dizendo que ela era uma pessoa amável, muito querida no local de trabalho", informou Prado.

Jovem deverá responder por estupro de vulnerável

Além disso, o delegado mencionou que outro inquérito pode ser aberto para investigar o jovem por estupro, visto que a adolescente envolvida no crime tinha apenas 13 anos de idade e os dois teriam mantido relações sexuais nos últimos cinco meses. "Ele pode responder por estupro. A jovem foi submetida a exame de corpo de delito e de conjunção carnal. Ele pode responder, caso seja comprovada a materialidade no corpo dela, por estupro de vulnerável em outro inquérito. A menor disse que ele sabia que ela tinha menos de 14 anos de idade. Ela deixa de ser infratora nesse inquérito para ser a vítima", explicou Prado.

O caso chocante do assassinato de Flávia dos Santos Carneiro revela uma história perturbadora de violência familiar. A frieza demonstrada pelo casal durante o interrogatório é assustadora. Este caso, com elementos tão brutais, é um dos mais impactantes dos últimos anos em Alagoas. A investigação continua em andamento para esclarecer todos os detalhes e garantir que a justiça seja feita.