Google enfrenta processo por supostas práticas monopolistas em seu sistema de buscas

Uma ação desse tipo contra uma gigante de tecnologia não acontecia no país desde os anos 1990, quando o alvo foi a Microsoft

Por Da redação | www.portalalagoasnt.com.br 12/09/2023 - 09:36 hs
Foto: Mitchell Luo/Unsplash


Começa nesta terça-feira um julgamento histórico em que o governo dos Estados Unidos acusa o Google de práticas monopolistas em seu sistema de buscas. Essa é a primeira vez desde os anos 1990, quando a Microsoft foi alvo de uma ação semelhante, que uma gigante da tecnologia enfrenta esse tipo de processo no país.

 

 

A acusação do Departamento de Justiça dos EUA é de que o Google agiu de forma monopolista ao fazer acordos com fabricantes, principalmente a Apple, navegadores e outras empresas, para tornar seu mecanismo de busca o padrão nos dispositivos.

 

De acordo com a Similarweb, o Google detém cerca de 90% do mercado de mecanismos de busca nos Estados Unidos e 91% em todo o mundo. Em troca desses acordos, empresas como Apple, Mozilla e AT&T recebem uma parte da receita gerada por anúncios nas buscas. Essa receita estaria ameaçada com o julgamento.

 

A defesa da Alphabet, empresa controladora do Google, afirma que seus acordos com as fabricantes não são exclusivos e que os usuários têm a opção de alterar as configurações padrão para outros mecanismos de busca.

 

Kent Walker, presidente de assuntos globais da gigante de tecnologia, afirmou no mês passado que as táticas da empresa são "completamente legais" e que seu sucesso se deve à qualidade de seus produtos.

 

 

Esse julgamento, que está previsto para durar dez semanas, marca uma nova era no cerco das autoridades às grandes empresas de tecnologia. Anteriormente, o foco estava mais nas aquisições realizadas por essas empresas, mas agora as atividades principais delas estão sendo investigadas.

 

Caso as práticas do Google sejam consideradas monopolistas, o juiz pode impor multas financeiras ou outras medidas corretivas, inclusive a separação dos negócios da Alphabet.

 

No passado, a Microsoft passou por uma situação semelhante, quando foi acusada de pré-instalar seu navegador Internet Explorer nos computadores que vinham com o sistema operacional Windows. A empresa conseguiu reverter a decisão por meio de recursos em instâncias superiores.