Reoneração faz preço da gasolina chegar a R$ 5,99 em Maceió

Para fugir do reajuste ou reduzir gastos, muitos motoristas fizeram pesquisa de preços; aumento do GNV também causou reclamações

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No primeiro dia em que passou a vigorar a reonaração no valor dos combustíveis anunciada na terça-feira (28), pelo governo federal, alguns postos da capital alagoana já passaram o reajuste para o consumidor. Em alguns dele, o litro da gasolina chegava a R$ 5,99 nessa quarta-feira (1º).

 

Em Maceió, a procura para encher o tanque de combustível aumentou ontem pela manhã depois de anunciada a volta parcial de impostos federais para a gasolina e o etanol. Um posto encontrado pela reportagem no centro da cidade ainda tinha o preço anterior, de R$ 4,99, o litro, mas durou pouco. Todo o estoque foi embora até o início da tarde de ontem.

 

 

Em outro posto, na Avenida Assis Chateaubriand, no Prado, o litro da gasolina subiu de R$ 5,09 para R$ 5,69. No crédito, a cobrança era de R$ 5,99. Um susto para Bruno Rodolfo, que comprou uma motocicleta há poucas semanas justamente para economizar. “Comprei há pouco tempo e por enquanto ainda dá para bancar, mas não sei até quando”, afirmou.

 

Aderon Santos é motorista por aplicativo, abastece seu carro com gás veicular, o GNV, e não sabia que também teria reajuste do preço do GNV. Mas mesmo não tendo sido incluído na reoneração dos combustíveis, o produto também passou por reajuste. Até terça-feira (28), era o metro cúbico custava R$ 4,49 e ontem já estava por R$ 4,89.

 

 

“Vim aqui para abastecer e não sabia desse reajuste do GNV, pensei que teria apenas para gasolina e etanol. Foi uma surpresa. Daqui a pouco não estará mais compensando trocar pelo GNV”, lamentou.

 

A mesma sensação tem Cleberson Souza, também motorista por aplicativo em Maceió. “A gente troca para o GNV para economizar e já não tá quase compensando mais. Muito caro”, diz. Nas bombas, o etanol também teve reajuste. Em alguns postos de combustível saiu de R$ 3,79 para R$ 4,29.

 

Em nota, James Thorp Neto, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (Sindicombustíveis-AL), informa que a entidade sempre foi favorável à desoneração dos impostos dos combustíveis. A entidade, porém, compreende a preocupação do Governo Federal com a arrecadação tributária e vê como positiva a cobrança dos impostos não terem retornado em sua totalidade, ou seja, não retomar aos patamares anteriores à desoneração.

 

 

“Ressaltamos que a flexibilização da carga tributária sobre os combustíveis é um pleito antigo da categoria, uma vez que o cenário de combustíveis com preços mais baixos aumenta o consumo, consequentemente, os postos de combustíveis precisarão de menos capital de giro; reduzindo, também, a concorrência desleal, já que os produtos com impostos reduzidos diminui a atratividade para o sonegador”, destaca o presidente do Sindicombustíveis.

 

A entidade lembrou, ainda, que o mercado é livre em todas as etapas da cadeia (produção, distribuição e revenda), cabendo a cada um desses agentes determinar os reajustes com base em suas estruturas de custos, individualmente. “Desta forma, o Sindicombustíveis Alagoas informa que não acompanha os preços praticados pelos postos de combustíveis e não possui interferência sobre os mesmos”, finaliza.

 


 

VOLTA PARCIAL DE IMPOSTOS

 

O governo federal anunciou no fim da tarde da última terça-feira (28) a volta parcial de impostos federais – PIS/Cofins - para a gasolina e o etanol. A reoneração, implementada por meio de medida provisória, começou a valer desde ontem.

 

Segundo reportagem do G1, cálculos realizados pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina nos postos vai subir cerca de R$ 0,25 por litro.

 

Isso porque, apesar de uma elevação de R$ 0,47 nos impostos federais, a Petrobras anunciou uma redução no valor do combustível vendido às distribuidoras. Essa redução é de R$ 0,13.

 

A conta que a Abicom faz leva em conta ainda que a gasolina vendida ao consumidor tem 27% de etanol. Já a Cide, tributo federal que também estava em discussão, permanecerá zerada até o fim do ano.