MP e Corregedoria da PM prendem 13 policiais acusados de corrupção e organização criminosa no RJ

Denúncia revela venda de armas e drogas apreendidas em operações de combate ao tráfico em Belford Roxo

Por Da redação com G1 14/05/2024 - 14:47 hs
Foto: Reprodução/TV Globo


O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Corregedoria da Polícia Militar realizaram nesta terça-feira (14) a Operação Patrinus, resultando na prisão de 13 PMs acusados de organização criminosa, corrupção passiva e peculato. A denúncia aceita pela Justiça revela que o grupo estava envolvido na venda de armas e drogas apreendidas em operações de combate ao tráfico na cidade de Belford Roxo, localizada na Baixada Fluminense.

 

 

 

 

Os agentes saíram para cumprir um total de 14 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Até o momento da última atualização desta reportagem, um PM ainda estava sendo procurado.

 

De acordo com os promotores, foi descoberto que os PMs exigiam propina para não reprimir irregularidades de motoristas de transporte alternativo e mototaxistas, além de cobrarem taxas semanais de comerciantes em troca de "proteção". Os lojistas que pagavam as taxas eram chamados de "padrinhos" pelo grupo, o que deu nome à operação, com o termo "patrinus" em latim.

 

O MPRJ também afirma que os policiais recuperavam carros roubados e retiravam peças antes de registrar as ocorrências nas delegacias. Pneus, rodas e baterias eram vendidos pelos 14 denunciados, segundo a investigação conduzida pela 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria Criminal, com auxílio da 1ª Promotoria de Justiça junto às Varas Criminais de Belford Roxo.

 

 

 

 

Um dos principais alvos da Operação Patrinus, o cabo Júlio Cesar Ferreira do Santos, também foi preso nesta terça-feira. Ele já era réu pelo assassinato de dois jovens em dezembro de 2020. As câmeras de segurança registraram a abordagem, mostrando o momento em que as vítimas caíram da moto após um disparo de fuzil. Os corpos de Edson Arguinez Junior, de 20 anos, e Jordan Luiz Natividade, de 18 anos, foram encontrados em uma região controlada pela milícia em Belford Roxo.

 

O cabo Júlio Cesar e o soldado Jorge Luiz Custódio da Costa foram presos na época do crime, mas respondem pelos homicídios em liberdade. A investigação revelou que os dois PMs tinham ligações com milicianos. O processo está atualmente em fase de alegações finais.