Professora é ameaçada por mãe de aluna, após a mesma discordar de opinião da jovem sobre o STF

Agressões verbais e ameaças levam ao afastamento da educadora por abalo psicológico, e aluna foi transferida de colégio

Por Da Redação com Metrópoles 24/04/2024 - 16:26 hs
Foto: Hugo Barreto


Uma professora de uma escola pública do Distrito Federal foi alvo de ameaças após corrigir uma informação equivocada em uma redação de uma aluna. O caso ocorreu no Centro de Ensino Médio (CEM) 1 do Gama e envolveu a mãe da estudante, que se opôs à correção feita pela docente.

 

 

A aluna do 2º ano escreveu em sua redação que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, havia acabado com as leis no país. A professora, embasada na Constituição Federal, explicou que não cabe ao Poder Judiciário a elaboração de leis, mas sim ao Legislativo.

 

Após a explicação da professora, a estudante ligou para a mãe e relatou o ocorrido. Imediatamente, a mãe enviou um áudio no WhatsApp para a supervisora da escola, condenando a atitude da educadora e a classificando como "doutrinação". A mãe ainda mencionou sua suposta amizade com políticos, ameaçando "esfregar o celular na cara" da professora caso a escola não resolvesse a situação.

 

 

Em seguida, a mãe visitou pessoalmente a escola, reiterou as agressões verbais e afirmou que buscaria seus próprios direitos. Devido ao abalo psicológico sofrido, a professora apresentou um atestado médico que a afastou das atividades por 30 dias.

 

A Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) emitiu uma nota de repúdio, considerando o episódio um ataque à liberdade de cátedra. O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) também se manifestou, destacando que a escola é um espaço de conhecimento, diálogo, tolerância e respeito à diversidade.

 

 

A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) agiu prontamente ao ser informada do incidente, entrando em contato com a Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Gama. A professora registrou um boletim de ocorrência e a família da estudante solicitou a transferência da aluna, o que foi atendido pela CRE.

 

A SEEDF reforçou seu compromisso com a segurança e bem-estar de todos os envolvidos no ambiente escolar, repudiando qualquer forma de violência. A situação continua sob supervisão direta da CRE e, se necessário, serão tomadas medidas administrativas de acordo com as normas legais vigentes. O objetivo é manter um ambiente escolar seguro e acolhedor para todos os alunos, professores e funcionários.