A Corregedoria da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) iniciou um procedimento administrativo para investigar a conduta de policiais envolvidos em uma suposta abordagem truculenta na Chã da Jaqueira, bairro de Maceió. O incidente ocorreu no dia 17 deste mês e foi registrado por câmeras de segurança. As imagens mostram três agentes, que seriam do 4º Batalhão, realizando a abordagem em frente à residência de um homem. Quatro pessoas estão presentes, sendo que uma delas aponta o celular em direção aos policiais. Nesse momento, um dos PMs aplica uma técnica de imobilização no homem, enquanto os familiares reagem tentando impedir a ação. O homem é levado ao chão, algemado e posteriormente colocado na parte traseira da viatura.

A PM informou, na noite dessa terça-feira (23), que apesar de ainda não ter recebido uma denúncia formal, foi aberto um procedimento de Investigação Preliminar sobre a abordagem com base nas informações da imprensa e nos vídeos que circularam na internet. A corporação está analisando esses conteúdos. Ainda de acordo com a PM, os policiais teriam ameaçado o homem de morte e agredido sua esposa e filho de 16 anos. Essas denúncias foram expostas publicamente no dia seguinte ao incidente.

O homem responsável pela gravação do vídeo denunciando a abordagem dos policiais foi baleado na madrugada dessa terça-feira e está internado no Hospital Geral do Estado (HGE). A PM ressaltou que, como não há identificação preliminar da autoria, o caso será investigado pela Polícia Civil de Alagoas.

A Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL) está acompanhando o caso e os advogados do homem que denunciou a suposta truculência estão preocupados com a integridade física do cliente, que alega estar sofrendo perseguições desde que tornou pública a abordagem dos policiais.

O Comando-Geral da Polícia Militar de Alagoas reforça que não compactua com qualquer desvio de conduta por parte de seus integrantes e orienta que denúncias de excessos em abordagens policiais devem ser oficializadas na Corregedoria da Corporação, para que seja aberto o devido Processo Administrativo Disciplinar de apuração dos fatos, garantindo o direito do contraditório e da ampla defesa dos envolvidos. A PM está comprometida em esclarecer os fatos e tomar as medidas cabíveis para garantir a transparência e a responsabilização, se necessário.