O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, descartou qualquer discussão sobre o resultado do ataque realizado por drones e mísseis de Teerã contra Israel, reconhecendo tacitamente que, apesar da magnitude do ataque, poucos projéteis atingiram seus alvos.

Durante uma reunião com altos líderes militares, Khamenei fez referência ao suposto ataque de retaliação israelense à cidade central de Isfahan na sexta-feira, mesmo quando as defesas aéreas iranianas entraram em ação e o país suspendeu os voos comerciais em várias regiões. Analistas acreditam que tanto o Irã quanto Israel, arquirrivais regionais envolvidos em uma guerra paralela há anos, estão tentando reduzir as tensões após uma série de ataques crescentes, enquanto Israel continua sua guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, inflamando a região como um todo.

O aiatolá Ali Khamenei, de 85 anos, fez esses comentários em uma reunião com os escalões mais altos do exército, da polícia e da Guarda Revolucionária paramilitar do Irã, uma força poderosa dentro da teocracia xiita. "Os debates sobre quantos mísseis foram disparados, quantos atingiram o alvo e quantos não atingiram são de importância secundária", afirmou Khamenei em comentários transmitidos pela televisão estatal.

Ele ressaltou que o principal é o avanço da nação iraniana e a determinação dos militares iranianos em um palco internacional importante. O ataque lançado pelo Irã em 13 de abril, com centenas de drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro, tinha como objetivo superar as defesas aéreas de Israel. No entanto, as defesas aéreas e os caças israelenses, apoiados pelos Estados Unidos, Reino Unido e Jordânia, conseguiram interceptar a maioria dos projéteis.

Imagens de satélite analisadas pela Associated Press no sábado mostraram que o ataque iraniano causou apenas danos mínimos à base aérea de Nevatim, no sul de Israel, incluindo uma pequena parte da pista de táxi que foi prontamente reparada pelo país. O ataque do Irã foi uma resposta a um suposto ataque israelense em 1º de abril a um prédio consular próximo à embaixada iraniana em Damasco, na Síria, que resultou na morte de dois generais da Guarda Revolucionária, entre outros.

Khamenei enfatizou que, graças ao trabalho realizado pelas forças armadas, pela Guarda Revolucionária, pelo exército e pela polícia, a imagem do país no cenário internacional tem sido admirável, mesmo diante das dificuldades econômicas enfrentadas pelo Irã e da repressão à dissidência.