Presidente da Câmara cria grupo de trabalho para debater nova regulação das redes sociais

Projeto de Lei das Fake News não será mais votado em plenário, afirma Arthur Lira

Por Da redação | www.portalalagoasnt.com.br 10/04/2024 - 10:41 hs
Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou ne última terça-feira (9) a criação de um grupo de trabalho para discutir um novo projeto de regulação das redes sociais. Segundo o deputado, a versão atual do Projeto de Lei 2630/20, conhecido como PL das Fake News, apresentado pelo relator Orlando Silva (PCdoB - SP), não será mais submetido à votação em plenário.

 

 

Lira afirmou que o texto tem sido alvo de narrativas que o associam à censura e à violação da liberdade de expressão, o que prejudica sua análise. Além disso, não há consenso entre os parlamentares para levar o projeto à votação. "O PL 2630/20 está destinado a não ir a lugar nenhum, não tivemos o apoio parlamentar necessário para votar com a maioria", declarou.

 

A proposta do grupo de trabalho é apresentar um projeto mais aprimorado dentro de 30 a 40 dias. "Não é novidade que tentamos várias vezes, em diversas oportunidades, com o esforço de todos os líderes, do relator e da presidência da Casa, votar o projeto. Dividimos o texto em questões relacionadas a streaming e direitos autorais, mas não conseguimos consenso. Todos os líderes avaliaram que o projeto não deveria ser pautado", acrescentou Lira, destacando que a medida conta com o apoio dos líderes partidários, inclusive os do governo.

 

A regulação das redes sociais voltou a ganhar destaque devido ao embate entre o empresário Elon Musk, proprietário da rede social X, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

 

 

Entenda o caso:


No último sábado (6), Elon Musk, bilionário dono da rede social X e da fabricante de veículos elétricos Tesla, iniciou uma série de postagens criticando o ministro Alexandre de Moraes e o STF.

 

Musk usou os comentários do perfil de Moraes na X para atacá-lo. Em uma mensagem de 11 de janeiro, na qual Moraes parabenizava o ministro aposentado do STF Ricardo Lewandowski por assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Musk questionou: "Por que você exige tanta censura no Brasil?".

 

Em outra postagem, ainda no sábado, Musk prometeu desobedecer todas as restrições judiciais, alegando que Moraes ameaçou prender funcionários da X no Brasil. No domingo (7), Musk acusou Moraes de trair "descarada e repetidamente a Constituição e o povo brasileiro". Alegando que as exigências de Moraes violam a legislação brasileira, Musk defendeu que o ministro renuncie ou seja destituído do cargo. Pouco depois, ele recomendou aos internautas brasileiros o uso de uma rede privada virtual (VPN) para acessar todos os recursos da plataforma bloqueados no Brasil.

 

 

No próprio domingo, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o bilionário fosse incluído como investigado no chamado Inquérito das Milícias Digitais (Inq. 4.874), que investiga a atuação criminosa de grupos suspeitos de disseminarem notícias falsas em redes sociais para influenciar processos políticos.

 

Na mesma decisão, Moraes ordenou a abertura de um "inquérito por prevenção" para investigar as condutas de Musk.

 

Após os ataques de Musk, líderes governistas no Congresso Nacional voltaram a defender a necessidade de aprovar a regulação das plataformas digitais no Brasil. Por outro lado, líderes da oposição saíram em defesa do dono da plataforma X, reforçando a tese de censura e violação da liberdade de expressão.