Usar dispositivos eletrônicos em excesso afeta o desempenho de alunos na escola

Quem passa de 5 a 7 horas nesses aparelhos teve pontuação menor

Por Da redação | www.portalalagoasnt.com.br 05/12/2023 - 14:11 hs
Foto: Ilustração/ Internet


O relatório divulgado hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que analisou o desempenho dos estudantes no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022, mostrou que alunos que passam cinco a sete horas por dia usando smartphones e outros dispositivos digitais obtiveram pontuações menores nos testes.

 

 

Segundo o relatório, os estudantes que utilizam dispositivos digitais para lazer por até uma hora por dia obtiveram uma pontuação 49 pontos maior em matemática do que aqueles que passam entre cinco e sete horas grudados nas telas. Essa diferença considera o perfil socioeconômico dos alunos e das escolas.

 

O Pisa é realizado a cada três anos e avalia o conhecimento dos estudantes de 15 anos em três disciplinas. Neste ano, 690 mil estudantes de 81 países participaram dos testes, que tiveram como foco a matemática.

 

O relatório também revelou que cerca de 65% dos estudantes admitiram que se distraem durante as aulas de matemática por causa do uso de celular e outros dispositivos digitais, como tablets e laptops. No Brasil, esse percentual chegou a 80%, assim como em outros países como Argentina, Canadá, Chile, Finlândia, Letônia, Mongólia, Nova Zelândia e Uruguai.

 

 

Além disso, 59% dos alunos afirmaram que a distração ocorre porque outros colegas estão usando dispositivos digitais. O relatório aponta que alunos que se distraem com outros estudantes usando dispositivos digitais em todas ou na maioria das aulas de matemática obtiveram 15 pontos a menos nos testes, o que representa cerca de três quartos do valor de um ano de educação, considerando os perfis socioeconômicos dos alunos e das escolas.

 

Em contrapartida, países como Japão e Coreia, que estão entre os melhores colocados no Pisa, apresentaram níveis de distração de apenas 18% e 32%, respectivamente.

 

O relatório reconhece que o uso de celulares nas escolas é um desafio complexo para os gestores educacionais. A recomendação é que as escolas promovam a interação entre a tecnologia e o aprendizado, mas reduzam o tempo de uso dos dispositivos para evitar distrações, problemas com bullying nas redes sociais e exposição da privacidade dos estudantes.

 

Na OCDE, 29% dos alunos afirmaram utilizar smartphones várias vezes ao dia, enquanto 21% utilizam quase diariamente ou diariamente na escola. Em 13 países, mais de dois terços dos estudantes frequentam escolas onde o uso de celulares não é permitido. Nestas nações, foi observado que o nível de distração em sala de aula é menor, no entanto, os alunos não apresentam um uso mais responsável dos aparelhos.

 

O relatório também destaca que a proibição de celulares nas escolas nem sempre é aplicada de forma eficaz. Alunos de países com essa proibição são menos propensos a desligar as notificações de redes sociais e aplicativos ao dormir. Isso pode indicar que a proibição não é suficiente para desenvolver um comportamento responsável em relação ao uso do celular.

 

Portanto, o estudo ressalta a importância de encontrar um equilíbrio no uso de dispositivos digitais nas escolas, promovendo uma utilização responsável e evitando distrações que prejudiquem o aprendizado dos alunos.