Curva de mortes por Covid segue alta em Alagoas, mas vai começar a cair, diz especialista

Para infectologista, número de mortes ainda não segue queda registrada no número de casos por causa do tempo de evolução da doença

Por Gazetaweb | www.portalalagoasnt.com.br 23/02/2022 - 23:43 hs
Foto: Agência Brasil


O Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde tem mostrado, na última semana, duas situações distintas em Alagoas – média de casos confirmados de Covid em queda acentuada – média de 312,8 por dia considerando os últimos cinco dias (18/22); mortes em alta, na casa das 11 por dia, considerando o mesmo período. Especialista ouvido pela Gazeta atribui a situação à trajetória comum à infecção por coronavírus e no atual momento, à variante Ômicron. As mortes demoram mais a decrescer porque seguem o tempo de evolução da doença, média de duas semanas entre infecção, agravamento, quando é o caso, e morte.

 

 

Quando analisa o perfil das pessoas mortas, conforme os boletins diários divulgados desde o início deste ano, também há um fator comum – a maioria (79,7% do total até o dia 17) é constituída de idosos, com prevalência dos mais velhos, na faixa etária com 80 anos ou mais. O infectologista Fernando Maia explica o quadro epidemiológico.

 

“Esse número de mortes ainda alto, comparando com o número de casos, que tem caído bastante, é porque as mortes refletem o número de casos de duas semanas atrás, que é mais ou menos o tempo que o paciente leva para começar a adoecer, complicar e - infelizmente - vir a óbito, mais ou menos duas semanas. Então esse número alto ainda reflete o número de casos de duas semanas atrás”, justifica o médico.

 

O médico analisa que o cenário atual segue as características observadas nos lugares onde a variante Ômicron já perdeu força.

 

“A expectativa é que nos próximos dias, o número de mortes comece a cair. A tendência, o que a gente espera, é que o número de mortes comece a cair nos próximos dias, à medida que vai refletindo a queda do número de casos, a gente espera que aconteça isso nos próximos dias”, informa.

 

Questionado sobre o perfil das pessoas que morreram em consequência da Covid-19, no atual momento da pandemia, ele diz que este quadro também é caraterístico deste momento. Com a maioria da população da vacinada, os mais idosos, com menor resposta imunológica, são mais suscetíveis ao agravamento da doença.

 

“Quem está evoluindo a óbito por Covid são exatamente aqueles pacientes que se espera que evoluam a óbito, que são os pacientes mais idosos, já muito debilitados, com comorbidades. Ou seja, são os pacientes que respondem menos à vacinação, e são esses pacientes que estão morrendo, infelizmente, da Covid. Que têm um risco de morte alto já por sua própria condição física. A Covid é apenas o fator principal que, infelizmente, leva a óbito”.