Despesas funerais podem custar mais de R$ 45 mil em Alagoas

Planos funerários oferecem descontos à vista, enquanto famílias pobres recorrem à ajuda das prefeituras

Por Gazetaweb | www.portalalagoasnt.com.br 03/11/2021 - 00:52 hs
Foto: Ailton Cruz | Gazetaweb


Os alagoanos em situação de extrema vulnerabilidade social não conseguem, por conta própria, nem mais sepultar os parentes com o mínimo de dignidade. As prefeituras ajudam com cerimônias, caixões simples e sepultamento grátis em cemitérios públicos.

 

 

A taxa de sepultamento num dos oito cemitérios municipais da capital, por exemplo, está em R$ 90,75, com a opção de alugar gaveta funerária por R$ 600 para manter o corpo por três anos. Após este período, os restos mortais são encaminhados para o ossuário dos cemitérios, que cobram taxa anual de R$119 em valores atuais.

 

Nos municípios de baixa arrecadação, os preços das taxas de sepultamento são menores. Em casos de funerais de “luxo”, mais jazigos, as despesas passam dos 45 mil. Para as famílias de classe média, existem três opções de preços.

 

Tem também a possibilidade de cremação, que custa R$ 6,8 mil que, somados às despesas de velório, o custo total fica em R$ 18,8 mil – incluindo o translado das cinzas até o cemitério particular que oferece o serviço. Se for cremação com funerais de luxo, as despesas podem ultrapassar os R$ 25 mil. Com o pagamento à vista, o preço tem redução, a depender de negociação, de 10% e 30%.

 

A Gazeta percorreu cemitérios públicos e particulares, fez cotações de preços com planos funerários, que geralmente tem serviços e custos semelhantes. Conversou com algumas famílias que negociavam preços de sepultamento [por respeito às famílias manteremos os nomes sob reserva]. A maioria reclamou do “mercado da morte” em Alagoas. Consideraram os preços elevados, abusivos e reclamaram da falta de opção no momento mais delicado para as famílias.

 

A tradição do velório do corpo presente em casa é mantida sobretudo por famílias do interior. Algumas mantém a tradição por falta de condição financeira para pagar os serviços funerários oferecidos pelas centrais de velórios e casas funerárias. Outras, seguem o ritual de “velar o corpo em casa com parentes e amigos, depois levá- lo para a última viagem, até o cemitério”, explicou um agente funerário.

 

 

Os mortos da classe trabalhadora, assalariados de baixa renda, quando as famílias não recebem ajuda das prefeituras, são sepultados com “vaquinhas” entre os parentes, amigos e patrões. As prefeituras doam o caixão e o translado do corpo até os locais de sepultamento. As despesas com cemitérios, preparação do corpo, velório e funeral correm por conta das famílias, na maioria das vezes

 

Um terreno num “campo-santo” tradicional e particular, em Maceió, para famílias de classe média, em pagamento a prazo, custa R$ 34.429,50, com financiamento em até 36 meses. A vista é R$ 24.864,40. A tabela é sujeita à variação da política econômica nacional e não estão incluídas suas despesas do funeral.

 

Para as famílias de um titular e nove dependentes que já têm jazigo, o cemitério oferece planos com urna padrão luxo, traslado, capela, orientação psicossocial, rito de despedida com cortejo musical, chuvas de pétalas no ritual da despedida final, coroa de flores, ramalhetes. Nesse caso, há o plano com parcelas mensais que variam de R$ 148,50 a R$ 187,30.

 

Para as famílias com um titular e quatro dependentes, os preços variam entre R$ 111,20 e R$ 140,80 Para as famílias que não tem jazigo e utilizarão jazigo familiar, urna padrão luxo, traslado, ritual de despedida com cortejo musical, ornamentação funerária, capela e coroa de flores [dependendo da disponibilidade do cemitério], o plano total de 10 dependentes fica entre R$ 381,10 e R$ 445,70, enquanto o plano para cinco dependentes varia de R$ 285,50 a R$334,60.

 

Outra empresa que funciona também na capital como a Central de Velórios, que conta com capelas individuais, oferece serviços funerários em três modalidades. O plano com caixão prata, financiado, o custo é de R$ 3 mil. Se o pagamento for à vista, é possível um desconto de até 30%. Nesta modalidade, a família tem direito a translado do corpo, ornamentação do velório, quite vestuário [masculino ou feminino], capela para velório em turno de 24 horas.

 

As despesas com cemitério são por conta da família. Na mesma empresa, caixão ouro, despesa total com coroa de flores, três ramalhetes, quite vestuário, capela e translado, o pagamento é de R$ 4.800. O caixão diamante, com duas coroas de flores, cinco ramalhetes, ornamentação do velório, capela, vestimenta masculina ou feminina, translado e serviços de café e chá ficam em R$ 12 mil.

 

Uma casa funerária localizada no bairro do Prado, zona Sul de Maceió, também adotou o sistema de plano funerário, que além de comercializar a urna funerária, inclui serviços de velório, capela e translado. O preço básico varia de R$ 3 mil a R$ 4 mil. O semiluxo com coroa de flores, ramalhetes, serviços de velório, capela, vestuário, translado, o preço varia de R$ 6 mil a R $8 mil.

 

No serviço de luxo que, inclui assistência psicossocial durante o velório, o preço varia de R$ 10 mil e 12 mil reais. Em todas as empresas, os agentes funerários informam às famílias que as despesas de cemitérios, jazigo são por conta delas.

 

Para quem estiver interessado apenas no serviço de aluguel da capela, por 24 horas, o custo varia entre R $500 e R$ 600. A maioria das casas funerárias, além de caixão, vendem serviços completos em três modalidades com possibilidade de parcelamento de 12 a até 36 meses. O pagamento à vista pode resultar em desconto de até 30%.

 

No caso desses orçamentos não estão inclusos as taxas de serviços religiosos, que podem variar entre R$ 500 e R$ 1 mil. Tem ainda os adicionais, como a manutenção de túmulos ou gavetas em cemitérios públicos, que variam entre R$ 100 e R$ 500, em acerto direto com a família e o zelador. Nos cemitérios particulares os preços dobram, e a depender das exigências da família, podem até triplicar.