Maceió tem 30 casos de reinfecção pela Covid-19 em investigação

Outros 76 casos suspeitos já foram descartados; em todo o País, quase 40 pacientes foram reinfectados

Por Gazetaweb | www.portalalagoasnt.com.br 18/07/2021 - 12:20 hs
Foto: Getty Images via BBC


Levantamento do Ministério da Saúde mostra que há quase 40 casos de reinfecção pela Covid-19 em doze estados brasileiros. Não há confirmação em Alagoas, mas em Maceió, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 76 casos suspeitos foram descartados e há 30 estão em investigação. Nenhum confirmado até agora.

 

A reinfecção é um dos desafios apresentados pela pandemia do novo coronavírus. Antes não se acreditava que uma pessoa pudesse ser infectada pelo vírus mais de uma vez, mas agora os pesquisadores sabem que isso pode ocorrer e contribuir para o agravamento do quadro do paciente. No fim de junho, estudo da Fiocruz sugere que a variante Delta do novo coronavírus, detectada inicialmente na Índia, pode aumentar o risco de reinfecções.

 

“A reinfecção pode ser mais grave e pode ser mais leve. Depende do estado imune da pessoa no momento da infecção e da variante envolvida”, explica o infectologista Fernando Maia. “As reinfecções podem ser desencadeadas por cepas mutantes que estão em constante desenvolvimento e multiplicação, pela falta maciça de vacinação. Pode haver então novas infecções, com maior poder de transmissão, maior agressão aos órgãos alvo (como pulmões coração, rins, fígado) causando então grandes sequelas após a remissão da infecção e até mesmo o óbito”, acrescenta a infectologista Raquel Guimarães.

 

 

OBJETIVO DA VACINA É EVITAR MORTES

 

Segundo Fernando Maia, as vacinas atualmente utilizadas no Brasil conseguem evitar formas graves e mortes pela Covid, mas só conseguem evitar o adoecimento parcialmente. “O objetivo desta campanha de vacinação é evitar mortes pela Covid”, acrescenta o médico. Na avaliação do médico, a maior ameaça, neste momento, é a falta de vacinação, parte pela falta de imunizantes suficientes para todos, parte pela recusa de algumas pessoas em se vacinar. “Em segundo lugar, o relaxamento indevido nas medidas de proteção individual em pessoas que já tiveram Covid-19 ou que estão com vacinação incompleta, possibilitando novos casos de infecção e a manutenção de alto número de casos em nosso país”, destaca Fernando Maia. A reportagem pergunta a infectologista Raquel Guimarães por que pessoas imunizadas são vítimas de reinfecção pelo coronavírus. “Existem outros fatores, como a capacidade individual de produzir anticorpos protetores, as comorbidades, como hipertensão e diabetes não controladas. Apesar de vacinados com 1 ou duas doses, as medidas de prevenção como o uso de máscaras e a concentração demasiada de pessoas, colocando sob risco a comunidade ainda não protegida pela vacina”, explica. De acordo com a infectologista, a falta de vacinas em grande quantidade, que possa imunizar mais que 70 % da população brasileira, reduzindo assim a intensidade da transmissão é a maior ameaça atual no combate à pandemia. “Outra ameaça é a falta de estrutura geral para diagnosticar e acompanhar as sequelas que são muito graves”, finaliza.