Alta no preço dos alimentos muda hábitos dos alagoanos

Pesquisa aponta que a cesta de 35 produtos de largo consumo pelas famílias teve alta de 1,33% em fevereiro na comparação com janeiro

Por www.portalalagoasNT.com.br | Gazetaweb 17/04/2022 - 20:58 hs
Foto: EBC


A ida ao supermercado tem se tornado um momento de surpresas para o trabalhador. A cada mês, os preços oscilam, geralmente, para cima. Esse cenário de carestia tem resultado em algumas mudanças na mesa do alagoano. Carnes, frutas e verduras têm dado lugar a embutidos e comidas prontas, tudo numa tentativa de economizar.

 

 

Nailton Barbosa é social media, tem 24 anos e mora sozinho, em Maceió. Ele conta que, mês a mês, foi vendo o valor que gasta com a feira praticamente dobrar e, segundo ele, hoje em dia já não compra mais nada além do essencial e mais básico. Ele cita que itens como iogurte, frutas e queijos saíram da rotina de consumo. Já a linguiça defumada e o macarrão instantâneo estão mais presentes. Ele diz que tem reforçado a pesquisa de preços e optado por estabelecimentos que estejam mais baratos, ainda que seja questão de centavos, porque, segundo Barbosa, no fim das contas acaba tendo relevância.

 

“O que mais pesa é justamente a tentativa de comer mais saudável, optar por alimentos mais naturais, mesmo com a gente vivendo em uma região onde se produz esse tipo de alimento de certa forma em abundância. Os ultraprocessados, via de regra, continuam tendo preços mais convidativos e isso é extremamente ruim. Preciso seguir uma alimentação mais regrada por questões de saúde e isso tem pesado cada vez mais no bolso”, conta.

 

A jornalista Maria Santos, pseudônimo usado a pedido da personagem, tem 37 anos, é casada e tem um filho. Ela conta que tem procurado substituir alguns alimentos que são alvo dos aumentos. “Trocar a carne pelo frango, consumir mais ovo e os pratos feitos à base dele, e diminuímos os pedidos de comidas, passando a comer mais em casa. Acredito que o que pesa mais, hoje, é a carne”, conta. Ela também diz ter reduzido o consumo de queijos e iogurtes. A carestia que os consumidores sentem no bolso é atestada nos números.

 

Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) aponta que a cesta de 35 produtos de largo consumo pelas famílias registrou alta de 1,33% em fevereiro na comparação com o mês anterior. Como essa variação, o preço na média nacional passou de R$ 709,63 em janeiro para R$ 719,06 em fevereiro.

 

No acumulado de 12 meses, a cesta nacional registra alta de 13,53%. As maiores altas em fevereiro foram puxadas pela batata (23,49%), feijão (4,77%), cebola (3,26%), ovo (2,79%) e farinha de trigo (2,76%). As quedas mais expressivas ficaram no preço do pernil (-3,01%), do frango congelado (-2,29%), do queijo prato (-0,15%), do sabão em pó (-0,14%), do leite em pó integral (-0,05%) e do refrigerante pet (-0,05%). Na análise regional do desempenho das cestas, a região Sudeste teve a maior variação no preço médio da cesta, com alta de 1,58%, passando de R$ 689,11 em janeiro para R$ 700,00 em fevereiro.

 

Comportamento semelhante ocorreu na região Centro-Oeste, que registrou a segunda maior variação no preço da cesta, de 1,57%, passando de R$ 651,78 em janeiro para R$ 661,99 em fevereiro. Nas demais regiões, as maiores variações mensais no preço da cesta foram respectivamente: Sul (1,21%), Nordeste (1,18%), Norte (1,15%). Apesar de a cesta Norte ter apresentado a menor variação em fevereiro, a região teve a cesta mais cara dentre todas as regiões, com preço médio de R$ 792,43.