Após cinco anos, Justiça arquiva processo por estupro coletivo e inocenta suspeitos

Um vídeo ainda foi divulgado mostrando imagens da jovem e dos então acusados. O delegado classificou as imagens como “chocantes pela violência”.

Foto: Divulgação


A pedido do Ministério Público Estadual, a justiça alagoana arquivou o processo contra cinco suspeitos de estupro coletivo ocorrido em junho de 2016, na cidade de Penedo. A vítima, uma jovem de 17 anos, apontou os suspeitos da violência sexual, que foram presos e apresentados pelas forças de segurança à imprensa cerca de um mês após o crime.

 

O inquérito policial foi presidido à época pelo delegado Guilherme Iusten, que relatou em coletiva que a jovem fora convidada para uma festa na localidade conhecida como Rocheira, em Penedo. No primeiro depoimento ao delegado, a jovem teria afirmado que deixou seu copo para ir ao banheiro e ao voltar, depois de ingerir a bebida, perdeu a consciência.

 

A vítima contou ainda que acordou desnorteada em um lugar estranho com cinco pessoas a sua volta. Ela afirmava lembrar de dois deles cometendo o estupro e que voltou a apagar, acordando no dia seguinte com um homem despido ao seu lado na cama. Naquele momento ela pensou em procurar a polícia, mas teve medo e vergonha. A vítima só procurou a autoridade policial após dez dias, quando formalizou a denúncia.

 

 

Um vídeo ainda foi divulgado mostrando imagens da jovem e dos então acusados. O delegado classificou as imagens como “chocantes pela violência”.

 

Apesar das provas do inquérito, a jovem concedeu um segundo depoimento negando todas as acusações e afirmando que havia praticado sexo consensual com os acusados, o que motivou o pedido de arquivamento por parte do Ministério Público. O vídeo foi a peça principal para atestar a inocência dos participantes da festa. Segundo a adolescente, o vídeo teria sido gravado em abril daquele ano, em outro local, com outras pessoas.

 

“Ocorre que a vítima declara que as relações sexuais mantidas com os acusados no dia 26 de julho de 2016 foram com o seu consentimento e reconhece que cometeu grave equívoco quando atribuiu o crime de estupro coletivo aos mesmos, quando tomou conhecimento do vídeo em que fora estuprada no dia 4 de abril de 2016 por outras pessoas”, diz trecho da decisão.

 

E conclui, “o Ministério Público ressalta que diante do depoimento da vítima e da prova pericial, realizada com material genético dos acusados e da vítima ficou devidamente esclarecido que os mencionados acusados nos presentes autos não praticaram o crime de estupro”.

 

Foram inocentados Klebson Campos, 36 anos; Gilberto Nunes de Oliveira Junior; Isack Barbosa Ribeiro 36 anos e Ricardo Diego Pereira Santos, 29 anos, José Ramos Lopes.