TRE/AL terá ajuda da Polícia Federal para combater as 'fake news' nas eleições

Equipe da Justiça Eleitoral participou de Fórum Nacional para aperfeiçoar combate ao crime nas mídias sociais

Foto: TRE/AL


O Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) prepara um planejamento estratégico para trabalhar em conjunto com a Polícia Federal, Ministério Público e outras forças para combater a prática da "fake news" nas eleições estaduais deste ano. Ao longo das campanhas políticas dos últimos anos, as guerrilhas digitais têm sido utilizadas de forma constante por alguns candidatos que almejam representação política, sobretudo, no Poder Executivo. A desconstrução de imagens de adversários e a proliferação de material digital favorável são os principais conteúdos difundidos. 

 

Com o objetivo de aperfeiçoar o conhecimento para combater as fakes news e as propagandas abusivas nas eleições, três servidores do TRE/AL foram enviados para Cuiabá, onde participaram, nesta semana, - ao lado de outros integrantes de tribunais de todo o Brasil -, de um fórum de discussão com o tema "Propaganda eleitoral nas mídias sociais". À oportunidade, eles tiveram palestras sobre o combate ao uso de robôs, investigação digital e a fiscalização das propagandas, entre outros temas. 

 

"O fórum permitiu que a gente pudesse aprofundar nosso conhecimento nesta área. O Tribunal Regional Eleitoral vai combater a utilização de fake news, bem como o abuso da propaganda eleitoral. Além de todo o nosso corpo técnico, a Justiça Eleitoral vai contar também com a ajuda da Polícia Federal, Ministério Público e outros órgãos que já atuam no combate a este tipo de crime. O TRE estará atento a todos os abusos", expôs o desembargador eleitoral Davi Lima, que participa do fórum. 

 

Lima esclarece que o trabalho que será realizado com a PF deve combater, no primeiro momento, a divulgação de informações duvidosas propagadas por empresas que podem ser contratadas por eventuais candidatos. O desembargador apontou ainda que, além do trabalho que já está sendo feito, o TRE vai contar ainda com as denúncias realizadas por meio do aplicativo "Pardal" - que está sendo aperfeiçoado, além de informações repassadas por populares e, também, por partidos políticos. 

 

O desembargador ressaltou que o trabalho de combater as informações abusivas não visa proibir a liberdade de expressão da população. "O nosso trabalho vai ser no sentido de fiscalizar e coibir as situações ilegais que estão elencadas na legislação como crimes abusivos", expressou Davi Lima. Além de Alagoas, a Justiça Eleitoral prepara uma força-tarefa para combater a disseminação de fake news nas disputas deste ano.

 

 

A proliferação de notícias falsas e a atuação de robôs na internet também estão em discussão no Exército, na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e na Polícia Federal. O objetivo é evitar o impacto negativo de mentiras nas eleições, a exemplo do que ocorreu nas campanhas americanas e francesas, de Hillary Clinton e Emmanuel Macron. 

 

Embora em menor escala, em 2014 a corrida eleitoral já havia sido influenciada pelas notícias falsas, com ecos no pleito de 2016. Boatos sobre o fim do programa Bolsa Família atingiram a então presidente Dilma Rousseff, levando centenas de beneficiários a agências da Caixa Econômica Federal. Na época, a PF concluiu que o boato "foi espontâneo", "não havendo como afirmar que apenas uma pessoa ou um grupo os tenha causado".