Em Maceió, Lula pontua motivos para retorno à política e cita elite perversa

Ex-presidente participou de ato público no Centro de Convenções da cidade

Foto: Reprodução/YouTube


O ex-presidente e pré-candidato ao Palácio do Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de ato público no Centro de Convenções de Maceió nesta sexta-feira,17. De passagem pelo Nordeste, Lula teve um dia de compromissos, numa agenda elaborada em parceria com o anfitrião, Renan Calheiros.

 

 

Num ato público aberto, o ex-presidente disse que tem uma causa, uma motivação para voltar à Presidência, explicou sua aliança política com Geraldo Alckmin e falou sobre o período em que esteve preso na Polícia Federal em Curitiba, por 580 dias, sendo acompanhado pelo povo em vigília.

 

“Quero provar outra vez para essa elite perversa que a economia pode crescer, que o povo brasileiro não precisa ficar comendo carcaça de frango porque o País tem jeito! Não precisa ter o desemprego, a fome, o analfabetismo nem o desprezo com o pobre”, disse. Num discurso inflamado e sob aplauso dos que estavam presente, Lula apresentou números dos programas desenvolvidos em seu governo. “Como foi possível construir 190 mil cisternas para pequenas produções, fazer o maior programa habitacional Minha Casa Minha Vida? Qual foi o milagre?”, questionou.

 

No período da manhã, Lula esteve reunido com artistas de Alagoas e apontou erros da política de Jair Bolsonaro (PL), como o fechamento do Ministério da Cultura. Disse que o presidente é “um acidente que aconteceu nesse país”, uma praga da qual “nós temos que nos livrar”. O petista também voltou a criticar a falta de ações de Bolsonaro para alterar a política de preços da Petrobras.

 

Lula criticou ainda o governo Bolsonaro pela alta nos preços dos combustíveis e por defender a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para combater os reajustes nos combustíveis. “Ele [Bolsonaro] vai reduzir o ICMS e tudo o que ele vai fazer é prejudicar os estados. O preço da gasolina, que ele disse que vai baixar, a Petrobras já anunciou aumento hoje”, disse.

 

Em Maceió, o discurso de Lula foi precedido pela fala de representantes de partidos aliados. Lula esteve o dia inteiro acompanhado da cúpula do MDB local: o governador Paulo Dantas, o senador Renan Calheiros e o ex-governador Renan Filho.

 

Renan Calheiros, que foi presidente da CPI da Covid-19 no Senado, voltou a responsabilizar o presidente Bolsonaro pela gravidade da pandemia e mortes de quase 700 mil brasileiros vítimas da doença. “O Bolsonaro precisa dobrar a língua”. Renan acusou o presidente de ter vencido as eleições com Fake News e criticou seu discurso sobre as urnas eletrônicas.

 

No início da manhã, Renan afirmou em rede social que “a eleição em Alagoas deve ser uma das mais federalizadas do país”. Segundo ele, estará “de um lado a defesa da democracia, o respeito à vida, a inclusão, o emprego e renda com Lula, do outro o bolsonarismo, sinônimo de golpe, mortes, fome, miséria e incompetência”.